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Estimativa da carga ambiental potencial da alimentação de cães e gatos do Brasil

Você já parou para pensar qual é a carga ambiental que a alimentação do seu pet possui? Muito é discutido, tanto no meio acadêmico, quanto midiático, de como a alimentação dos animais é responsável por exercer, direta e indiretamente, pressão sobre o meio ambiente. Contudo, esse debate promove um destaque maior sobre os chamados animais de produção, como bovinos, suínos e aves, com pouco foco sobre os animais de companhia, cuja população vem crescendo a cada ano no Brasil e no mundo.


Nesse sentido, um trabalho recentemente produzido pelo Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (LAE) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP) teve como intuito estimar alguns parâmetros ambientais a respeito da nutrição de cães e gatos no Brasil, a fim de destacar a importância da alimentação desses animais na questão ambiental.


Para realizar as estimativas, elaborou-se um modelo animal canino e um felino baseados nas raças mais comuns de cada espécie, bem como modelos de dietas baseados nos alimentos comerciais secos (“ração”) mais consumidos por cada espécie.


Com isso, por meio desses modelos, estimou-se o quanto que a população brasileira de cães e gatos (cerca de 56 milhões de caninos e 27 milhões de felinos) consome de energia dietética, fósforo (P) e nitrogênio (N); e produz de fezes e urina no período de um ano; além de se estimar também o quanto é gerado de dióxido de carbono equivalente (CO2-eq), o quanto de área terrestre e o quanto de volume água são utilizados para confeccionar a quantidade necessária de “ração” para alimentar todos os cães e gatos do Brasil ao longo de um ano.


Desse modo, estimou-se que, anualmente, a população de cães e gatos brasileiros consome cerca de 15 trilhões Kcal de energia dietética bruta (cerca de 13% do consumido pela população humana brasileira), cerca 47 milhões Kg de P e cerca de 180 milhões Kg de N (cerca de 1,51% e 0,88%, respectivamente, do consumido pela agroindústria pecuária brasileira); produz cerca de 3 bilhões Kg de fezes (cerca de 97,09% da carga orgânica de esgoto gerada pela população humana brasileira) e cerca de 7,18 bilhões L de urina (cerca de 0,13% do volume de esgoto gerado pela população humana brasileira).


Ademais, para produzir a quantidade anual de “ração” para alimentar a população de cães e gatos brasileiros, emite-se cerca de 47 bilhões Kg de CO2-eq (cerca de 14% do emitido pela dieta da população humana brasileira), utiliza cerca de 6 milhões ha de terra (cerca de 1,25% de terra necessária para sustentar a dieta da população humana brasileira) e consome cerca de 4 trilhões L de água (cerca de 1,15% de água necessária para produzir a dieta da população humana brasileira).

Sendo assim, este estudo concluiu que o consumo de P e N, produção de urina, área de terra e volume de água consumidos para a confecção de ração são as variáveis menos relevantes.


Os principais impactos ambientais gerados pelos pets são:

  • consumo de energia dietética;

  • produção de matéria fecal;

  • emissão de CO2-eq.




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