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Mortandade de Abelhas no Brasil e no Mundo

O modelo de produção convencional, difundido especialmente após a Segunda Guerra Mundial, no movimento que ficou conhecido como a Revolução Verde, conta com a utilização intensiva de inseticidas, herbicidas e fungicidas em larga escala. Isso afeta de forma descontrolada os polinizadores, dentre eles, as abelhas, sejam elas espécies introduzidas ou nativas. Em especial, as espécies nativas têm um importante papel na produção de alimentos do mundo devido à polinização de plantas, e suas vidas têm sido afetadas diretamente devido ao uso de químicos, que aumentou expressivamente a mortalidade das mesmas. Surge dessa relação a necessidade de olharmos para a mortandade de abelhas e uso de agrotóxicos.


Diálogos sobre Mortandade de Abelhas no Brasil e no Mundo


Em 10 de Novembro de 2022, o convidado, Professor Dr. Ricardo de Oliveira Orsi, que fechou o ano dos Diálogos no LAE, falou sobre a mortandade de abelhas no Brasil e no mundo, e suas problemáticas. A produção de abelhas é, segundo Orsi, uma atividade ecologicamente necessária que produz uma gama de produtos como mel, geléia real, apitoxinas, cera, própolis e pólen, além de gerar muitos empregos ao longo de sua cadeia produtiva.


As abelhas nativas, particularmente, merecem ainda mais atenção por serem as grandes responsáveis pela polinização das plantas, incluindo as culturas vegetais. Trata-se, portanto, de um mercado que gera bilhões de dólares anualmente, e, caso essa redução significativa da população de abelhas siga a mesma ocorrida nos últimos anos, haverá uma crise ambiental e econômica e, considerando a previsão do aumento da demanda de alimentos no mundo, uma crise alimentar com consequências imprevisíveis para a humanidade.


Por que a população de abelhas está diminuindo?


A principal causa da redução populacional de colônias de abelhas é, sem dúvidas, o uso de agrotóxicos. O Brasil, além de um grande consumidor desses químicos, permite o uso de vários ativos tóxicos na produção dos mesmos que são banidos em outros países. “Estamos consumindo o lixo que outras nações rejeitam”, frase de Rosany Bochner, coordenadora do Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológicas da Fundação Oswaldo Cruz, citada por Ricardo Orsi durante sua exposição. Como agravo, o Brasil não coleta dados sobre o declínio das colônias de abelhas no país. A contaminação das colmeias por agrotóxicos em grandes doses levam as abelhas à morte, enquanto baixas doses causam distúrbios comportamentais e neurais com consequências a médio e longo prazo, mas igualmente perversas.


Ricardo Orsi trabalha com pesquisas sobre o efeito dos agrotóxicos nas abelhas, avaliando a exposição aguda, que leva a morte de mais de 50% da colônia, descrita como DL50% no rótulo de produtos agrotóxicos, e a exposição crônica, que representa uma dose subletal, ou seja, que afeta o desenvolvimento e produtividade das colônias sem necessariamente matá-las (sobre esse tipo de exposição não existem muitas análises).


Como exemplo, pesquisas indicaram que, após receberem doses baixíssimas de fipronil, as colônias zeraram em até 8 semanas, sem a presença de abelhas mortas ao redor das caixas. Outro estudo indicou uma alteração no “relógio interno” das abelhas, que ficaram totalmente desreguladas após receber doses crônicas de fipronil. Resultados como estes e de outros estudos evidenciam a importância de mais pesquisas sobre abelhas expostas de forma crônica a estes químicos.


Quer saber mais sobre a Mortandade de Abelhas? Clique aqui e acesse este Diálogos no LAE completo e gratuito!


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